Capa Mulheres: 3 mentalidades que podem atrapalhar suas carreiras

Mulheres: 3 mentalidades que podem atrapalhar suas carreiras

Enquanto sofrendo com os fatores externos impostos pela sociedade e dentro das empresas, as mulheres talvez estejam praticando 3 mentalidades que podem atrapalhar suas carreiras, sem perceber. Ou ainda, perceber, mas não sabendo como reverter a auto-sabotagem.

 A Dra. Patti Fletcher, Ph.D e escritora do livro “Estratégias de Sucesso para Mulheres que Quebram a Fôrma” (tradução livre) ressalta que durante sua pesquisa, percebe como as mulheres exigiam mais de si para se propor a fazer algo, enquanto os homens simplesmente o faziam. Nesse ínterim ela cita o exemplo do jogo de golf a negócios. Uma mulher lhe contou que nos jogos haviam sempre muitos homens que jogavam muito mal, mas nunca haviam mulheres que jogavam mal, visto que elas simplesmente declinavam o convite com medo de passar vergonha.  

Além disso, o Covid-19 tem exercido uma função destruidora na carreira de muitos profissionais, mas pode estar sendo ainda mais pesada nas carreiras das mulheres. “Infelizmente homens disseminam um mito de que as mulheres possuem ênfase em seus lados mais delicados, e não no seu poder de decisão, força e talento” segundo a Dra. Andi Simmon, Ph.D e antropologista corporativa. Ela completa “Mulheres podem liderar de forma diferente do que homens, mas podem alcançar resultados notáveis”.

Porque mulheres empreendedoras não estão rompendo barreiras?

Em suma as últimas estatísticas sobre mulheres CEO em empresas Fortune 500 (uma lista anual com as maiores corporações por receita nos Estados Unidos) são tanto esperançosas quanto desafiadoras. Ainda que as mulheres estejam em 37 destas posições – o que é um recorde – por outro lado, são apenas 7,4% do total.

Quais são as causas que explicam porque as mulheres não estão conseguindo romper barreiras sobre as quais se fala há décadas? Andi Simmon sugere estas 3 mentalidades que podem atrapalhar suas carreiras:

1 – O sistema força mulheres talentosas a desistir antes de chegar ao topo

“Independentemente do que as mulheres alcancem, a liderança empresarial e a sociedade as consideram menos dignas de papéis de liderança e sucesso”. As mulheres descobrem que o caminho a seguir está bloqueado e, às vezes, desistem em vez de continuar a lutar para chegar ao topo nas empresas, no governo e em culturas dominadas pelos homens. A notícia boa é que, em muitos casos, elas acabam abrindo suas próprias empresas.

2 – A narrativa contada pela sociedade sobre as mulheres é diferente da realidade

Durante a maior parte da história humana os homens tem controlado as sociedades ao redor do globo, com mitos e narrativas sobre essas mesmas sociedades. Mas comunidades formadas por mulheres e para mulheres empreendedoras tem ajudado a mudar essa narrativa sobre a cultura feminina e romper com as mentalidades que sabotam a carreira das mulheres. 

3 – Necessidade de representatividade feminina

Criar um momento de mudar a cultura requer modelos poderosos, comunidades femininas e uma mídia que mude a narrativa. Mais uma vez, esses grupos formados por mulheres são importantes para apresentar mulheres talentosas como inspiração e apoio para encorajar mulheres mais novas. 

As diferenças na abordagem à liderança feminina e masculina

Algo que Simons percebeu ao analisar as diferenças nas lideranças feminina e masculina através de um olhar antropológico:

“Os homens pensam que escalaram o Empire State Building e salvaram a donzela em perigo, enquanto economizavam milhões de dólares para seus clientes ”, diz ela. “As mulheres pensam que mobilizaram um grupo de pessoas talentosas que nunca deixaram o cliente cair em perigo, em primeiro lugar.”

Fatores internos que agem como bloqueios e sabotam a carreira das mulheres

Para as mulheres, confiança vem da competência, mas não podemos adquirir competência real sem se esforçar, e não se pode realmente dedicar-se sem aceitar o desafio, que por sua vez não se quer aceitar até que tenha confiança em suas habilidades. 

Muitas mulheres escolhem o caminho mais longo: gradualmente vão adquirindo uma imensa quantidade de competência até que se sintam confiantes o suficiente para aceitar uma nova gama de responsabilidades. Dra. Fletcher afirma “Eu acredito que esta é uma das áreas onde nós, como gênero, realmente cometemos uma injustiça. O caminho mais rápido para você chegar onde você quer é ignorar a voz em sua mente gritando que você não tem confiança. Desenvolva suas capacidades e se jogue de cabeça nos desafios. Você pode se preocupar em conseguir confiança mais tarde. Você precisa se sentir confortável com a incerteza.” 

Em sua pesquisa de doutorado, Dra. Fletcher identificou dois pontos principais que os participantes disseram ser a chave para superar as barreiras (tanto preconceito de gênero quanto obstáculos autoimpostos) foram competência e mentalidade. Mas como são adquiridos? Vejamos abaixo as mentalidades mais comuns que limitam as carreiras das mulheres.

Mentalidades limitantes que mais sabotam a carreira das mulheres

Síndrome da impostora

A síndrome da impostora é, de longe, o traço mais comum entre as mulheres estudadas e ouvidas pela Dra. Fletcher. Todas as mulheres que tiveram sucesso, por menor que seja, se preocupam que algum dia, alguém irá perceber que ela não sabe o que está fazendo. A frase mais ouvida foi “Eu tenho medo que descubram que sou uma fraude!”. Mas a verdade é: todos estão improvisando. 

O foco na confiança, onde a crença de “não boa o bastante” perpetua e onde experiência só é percebida como um indicador de capacidade, deve ser substituída por competência. Competência expulsa a síndrome da impostora ao encarar-la de frente. Mulheres que entendem que possuem capacidade de descobrir as coisas e se virar, mesmo quando não são “a melhor”, sabem que ganharam um lugar na sala e na mesa. 

Esteja ciente de que é a única mulher na sala

Dra. Fletcher se deu conta, apenas depois de participar de uma aula em liderança feminista de que na maioria dos espaços, ela era sempre a única mulher. Isso faz a diferença. Ela afirma, portanto, “Tenho que estar mais bem preparada e fazer mais para demonstrar minha competência e capacidade do que meus colegas do sexo masculino. Eu não deveria; é sexismo absoluto. Mas, é a realidade, no entanto.”

Ela percebeu ainda, que isto ocorre numa via de duas mãos. Uma chefe diretora de diversidade confessou, quando voando em um Airbus A380 pilotado por uma mulher, pensar consigo preferir estar voando com um piloto do sexo masculino, enquanto enfrentavam turbulência. Contudo a chefe se deu conta do quão ridículo era aquele pensamento, não havia razão lógica para aquele receio. Mas essa ocorrência foi fundamental para que esta chefe se desse conta de que mesmo alguém tão sintonizado com esses sentimentos irracionais quanto ela ainda experimenta um preconceito inconsciente.

Uma vez que o preconceito se torna consciente e você percebe que ele não tem fundamento, eventualmente ele é erradicado do seu cérebro, mas apenas se sua tomada de decisão e raciocínio forem interrompidos por um momento de verdadeira clareza.

Não deduza que os outros sabem mais do que você

Em primeiro lugar você sabe qual a porcentagem de CEOs das Fortune 500 frequentaram universidades de ponta? Isso pensando em empresas como Boeing, Pfizer e Intel. Quando perguntada, a Dra. Fletcher chutou “metade”. Mas a resposta era 1/3, o que significa que quase 2/3 frequentaram faculdades menores. Portanto, não assuma que outras pessoas necessariamente possuem mais habilidade ou formação do que você. 

Em segundo lugar, não deixe esse padrão te definir. Dra. Fletcher conta como frequentou uma universidade menor, pois era o que seus pais poderiam pagar e depois quanto ao mestrado e doutorado, teve que balancear emprego, filhos e marido. Em vista disso confessou ter tido por muito tempo o receio de que alguém algum dia trouxesse à tona as universidades que ela frequentou lá atrás. Mas hoje, por outro lado, seu trabalho profissional e pesquisa de doutorado falam por si mesmos e e ofuscam qualquer pedigree acadêmico que lhe falta. 

“Não permito que minha ousadia anterior sobre a origem de minha educação superior defina do que sou capaz. Meu caminho pode não ter sido tradicional, mas nunca deixei que ele determinasse o caminho a seguir.”
Dra. Patti Fletcher

Acredite e invista em você

Após ler todo o artigo e descobrir quais são as mentalidades que sabotam a carreira das mulheres, você está decidida a investir em você e na sua carreira, mas não sabe por onde começar? Que tal começar por conhecer alguns grupos de apoio a empreendedoras femininas? Alimente-se então de conhecimento, inspiração e ânimo para alavancar a sua carreira: 

Rede Mulher Empreendedora

Grupo Mulheres do Brasil

Mulheres de Alma Empreendedora

Somos Empreendedoras

Instituto Mulher Empreendedora

More Grls

Womakers Code

Mulheres Investidoras Anjo